Por que você não faz amor todo dia?

Lanço essa pergunta para minha digitadora e para minha filha. Logo minha filha responde: “Porque os homens são uns idiotas”. Fico paralisado, comendo minha lima e thinkando about. Não tenho como contestá-la. Realmente somos uns idiotas. Nada no mundo nos impede de fazer amor todo dia. Não existe nenhuma recomendação contrária a isso – não há contra-indicações.

Todas as indicações são extremamente favoráveis. O corpo pede, o coração pede, a alma pede. Talvez você pense em viabilidade física. Ora gente, na minha adolescência eu me masturbava de duas a três vezes por dia. Na própria vida adulta, por um bom tempo, até os 25-26 anos, se não transava no dia tinha aquela punhetinha básica. Como não tem energia? Energia tem sobrando!

Se imagine transando todo dia. Imagine se teu pai e tua mãe sabem que você transa todo dia… qual a reação deles? E as tias? Os vizinhos? Você mesmo! Vai se achar um TARADO, DEPRAVADO. Tudo isso é lixo que botaram na nossa cabeça – mas muito lixo mesmo. Mas olha o absurdo que é isso: nós estamos falando do ato que nos deu a vida, que nos gerou como pessoas! O ato que gera todo o reino animal e que, de formas diferentes, gera também o reino vegetal. Esse ato é condenado, considerado depravação, absurdo, sujo. Gente, a que ponto chegamos na nossa sociedade? Nós somos contra aquilo que nos deu a vida! É o ato mais abençoado que cria seres humanos, com toda a sua beleza e profundidade. Todos nós, sem exceção, que eu saiba nascemos de uma transa. Se ela foi de amor, muito melhor para essa pessoa. Se não foi de amor, a gente já vem meio torto. Mas todos nós nascemos de uma transa!

E aprendemos a condenar o sexo porque a nossa sociedade se baseia na repressão sexual. A nossa sociedade sobrevive devido à nossa infelicidade. Nossa economia é voltada para suprir a infelicidade: são remédios, carros, roupas, shoppings, viagens para preencher um buraco. Normalmente passamos 11 meses fudidos para tirar um mês de férias, viajar, recuperar o fôlego para voltar e se fuder de novo. Essa é a base da sociedade, não fui eu quem criou isso. Provavelmente você ache que não tem outro jeito. Isso é o que diria teu pai e tua mãe, isso é o que te ensinaram. É o que dizem os donos dos shoppings, da General Motors, da Ford. Daí, se alguém tenta algo diferente, você detona: são loucos, maconheiros, depravados, fanáticos. E nem se dá conta que você é um fanático por essa sociedade de consumo estúpida que só nos faz ficar cada vez mais doentes.

Você quer uma prova? Vai ter suas provas. Não as dos laboratórios onde você pode manipular e mentir. Você mesmo vai dar as provas: se alguma vez você se apaixonou na vida vai lembrar que transava de duas a três vezes por dia, com muita energia e por muito tempo. Durava 3 vezes mais que as suas atuais transas. Me explica esse fenômeno. Quer me explicar? Essa capacidade você tem: estava aí e te fazia muito bem. Ou não fazia? Deixou saudade? Não vem me dizer que isso passa, que é uma bobagem. Não!
A sociedade não tem porque ser involutiva. Nada na sociedade é involutivo. Mas por que o sexo anda para trás? Nenhum animal nesse planeta anda para trás. Deveria haver uma evolução desse sexo, um aprofundamento.

E o aprofundamento desse sexo tem tantas variáveis mas, infelizmente, nós não conhecemos nada. Porque todo mundo só lida com o preconceito: ninguem fala, ninguém discute. Você sabia que é possivel não ejacular? Sabia que não faz mal nenhum? Pelo contrário, é maravilhoso! A energia fica toda pra ti! Transar e ejacular não é ruim, é bom. Mas sem ejacular é o sexo mais evoluído possível… você sabia disso? Só que, para você chegar lá, não é simplesmente segurando a ejaculação, existe um processo. É como quando você quer chegar na faculdade: tem um caminho, certo? O sexo também: quando voce quer chegar no seu ápice, tem um caminho. E, pouco a pouco, você vai chegando… Só que a grande maioria das pessoas nem sabe dessa possibilidade fantástica. Só te digo uma coisa: não tenta reprimindo! O não ejacular reprimindo só vai te fazer mal. Estou falando de uma evolução da tua sexualidade, uma evolução do teu corpo, do teu emocional. É possível e é maravilhoso! E assim você vai ver a diferença, o efeito desse aprofundamento do amor, como um aprendizado. Talvez seja a real e verdadeira função do amor.

Eu considero que o amor é um truque da natureza para você se dar conta que a vida pode ser muito mais. Ele te dá um vislumbre de tudo que podemos ser. Mas como um amor pode viver dentro de um presídio? Dentro de uma gaiola? Dentro de uma cidade poluída, barulhenta, feia, suja? Como o amor pode conviver dentro de você se você está entupido de sentimentos que não expressou?

Essa força tão sublime, esse sexo tão profundo precisa de uma ressonância e, se você for minimanente observador, você vai ver que depois de uma semana ou duas de paixão começam a vir muitas inseguranças e loucuras para fora. Porque o amor quer expulsar tudo aquilo que é impuro em você. Ao invés de você seguir esse impulso, o que você faz? Você fecha o amor. Quando a energia do amor começa a crescer, você começa a fazer pactos, ter obsessões, ciúmes, posses, começa a sair do presente e fazer planos para o futuro. Aí o amor vai embora. O amor não é idiota.
Você lembra bem disso? Você conseguiria me contestar? Se você nunca se apaixonou, nunca viveu esses espaços, coitado de ti. É uma situação grave. Mas muita gente já viveu e sabe que estou falando a verdade.


Eu sei que sua cabeça deve estar confusa, cheia de argumentos. Gostaria que você colocasse todos os argumentos. Eu destruiria todos eles. Seus argumentos vem do pai, da mãe, da tia, do professor. Nenhum vem da natureza, de pessoas realmente sábias, pessoas que realmente viveram. Você sabe, cara! Vem um medo, um pânico.

Na real, você não aguenta ser feliz. Você não aguenta estar em êxtase. Sofrendo e chorando a gente aguenta meses, anos. Prazer e alegria a gente dá um jeito de destruir logo. Logo você está pensado como vai adiante. Até quando seu time de futebol ganha. Você pensa “e depois, o próximo jogo?”. Isto também é um sistema criado. Um sistema incutido em nós. O sistema precisa, por razões econômicas e para sua manutenção, que as pessoas sejam frustradas. A frustração é o negócio que mais rende para o sistema.
Gostaria que você ficasse nessa semana com o pensamento a respeito de toda vez que você amou, o barato que foi. Por que você desconectou? Por que diminuiu a energia? Você vê que essa capacidade é a nossa parte forte, nossa parte especial? E depois vamos explorar as razões que a gente não aguenta – razões emocionais, econômicas, psicológicas, sociais.

Aos poucos, vamos aprofundar mais essa discussão. Agora, se você gostou, passe para os amigos para discutir um pouco mais, botar na roda de discussão com seus amigos e amigas. Para contradizer minha filha: nós não somos esses idiotas aí. Vamos discutir algo de valor.
O Facebook, Instagram vão ficar espantados com esse tipo de discussão, mas faz isso. Se eles não censurarem, né… Bota na roda esse papo. Deita, relaxa e te imagina transando todo os dias. Uma vez ao dia. Uma hora por dia. Uma hora de prazer e alegria. O que aconteceria depois? O que mudaria? Imagina! Faz esse exercício de te imaginar satisfeito sexualmente, tendo orgasmos, o que desencadearia na sua vida? Ou você nem tem coragem de imaginar? Tem medo até de imaginar isso?

Como dizia o Raul Seixas: “Coragem, coragem, você pode mais”.

E se quiser dar um passo na prática, dá uma olhada nesse vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=tdngf8Yfw-E

Por Prem Milan

Nos Fizeram de Trouxa Pela Segunda Vez Consecutiva

Talvez você não vá encontrar em nenhum lugar esse tipo de análise, porque tem muita gente comprometida com tudo isso. Mas para mim é muito clara a grande farsa que é feita com a seleção. O Brasil perdeu pela arrogância dos seus jogadores, treinadores, comissão técnica, dirigentes, imprensa, pela arrogância e pela ganância. A ganância econômica. Todos eles estavam mais preocupados em fazer propaganda: Tite para Mcdonald ‘s, Neymar para Sadia! Vinícius Jr não sei pra quem. Todos estavam preocupados em ganhar dinheiro. Coitadinhos né? Eles ganham muito pouco. 

Eles estão preocupados sabe com o quê? Com ganhar dinheiro! Que pátria? A pátria deles é o dinheiro! Pátria tu vê tipo o Modrić, um cara de 37 anos que dá o sangue pela seleção – ele também é dinheirista, preocupados com seus contratos, não é flor que se cheire, nem sei se é um cara legal, apenas a atitude é diferente. Só para contrapor a atitude dos nossos jogadores. mas para ele, o país dele está acima do seu interesse pessoal. Ele não mediu esforços. Podia ter se machucado, ficar se poupando, dando menos pra não correr o risco de se lesionar, mas não, ele ia em todas. Queria levar a Croácia adiante, mesmo se ele não estivesse no próximo jogo. Agora, os nossos queridos e amados atletas fantásticos não faziam isso. Contra a Croácia eles não deram tudo o que tinham porque “Imagina se eu me machucar, depois vem a semifinal, depois a final… Meu Deus! A exposição, quantos milhões eu vou perder?”. Será que vocês não notaram isso no jogo? Que eles estavam ‘moles’ pois eles contavam que era barbada ganhar. Eles não queriam se machucar porque afinal de contas participar de uma semifinal vale muito dinheiro.

O Brasil estava sendo totalmente dominado pela Croácia no meio de campo. Nossa seleção jogava com 4 atacantes e, me desculpem! Me desculpem!  A Croácia é o Modrić e mais 3 ou 4 e mais ninguém! É um time esforçado, no bagaço físico e já bastante envelhecido. Não é páreo para o Brasil. Mas como é que o Tite vai tirar alguém pra botar um meio campista? Ah, vai tirar o Vinicius Jr? Vai tirar o Richarlyson? Vai tirar o Rafinha? Os empresários iriam chiar, os seus staffs. Se tirar o Neymar, HAHAHA! O mundo vai cair e a Sadia revoltada! O pai dele, a mequetrefe dele, a imprensa. Ao longo do tempo todos foram se comprometendo.

Então o Seu Tite faz o que? Bota o rabo no meio das pernas e deixa as estrelas brilharem. Isso se chama covardia! Não é uma seleção, é um jogo de comparsas. Não é pelo país, sou “eu, meus amigos e minha conivência pessoal”. O Felipão em 2002, brucutu do jeito que ele é, ganhou a Copa do Mundo. 12 anos depois ele tirou 4º lugar na Copa realizada no Brasil, levou aquela lambança da Alemanha… Felipão foi escorraçado! Toda imprensa caiu de pau em cima dele, foi amaldiçoado por todos. Mas ele encarou, respondeu as entrevistas, acolheu os jogadores, se colocou como principal responsável, encarou no osso do peito, depois deu a volta por cima e hoje tá fazendo sucesso, teve dignidade. 

O Tite em 2018 fez as mesmas cagadas, foi frouxo e quer sempre agradar a todo mundo com aquela carinha de padre. Agradou todo mundo, a imprensa agora tá ali apoiando: “Coitadinho do Tite, do Neymar, do Vinicius Jr!”. É um bando de coitadinhos chorando em copos de champanhe, comendo de bifes de 9 mil reais enquanto nós estamos aqui comendo PF, tomando chopp da Brahma para afogar as mágoas. E são eles que estão sofrendo, né? Coitadinhos! 

Gente, alguma coisa tá errada! O futebol está pervertido, deturpado! Não é mais futebol, é jogo de banco imobiliário: quanto vale um jogador? E eu amo futebol, é lindo, é maravilhoso, mas os jogos são só pra não levar gol. É um passe pra frente, 4 pra trás e as torcidas vibrando com o lateral que dá um bico pra linha de fundo. Gente, eu assisto futebol pra ver gol, jogadas, beleza! E você? Vê jogo pra que? Pra ver lateral dando bico pra fora? Zagueiro dando balão? Afinal de contas não é o gol que é a coisa mais suprema do futebol?

Ah, que saudade do Garrincha… “Ô torneio mixuruca, não tem segundo turno!”

No Brasil aquele Fernando Diniz tá recuperando um pouco, mas logo vão detonar ele, porque o importante é ganhar título. Pode ser de meio a zero, gol roubado com a mão. Essa é a lógica que a imprensa toda apoia! A magia, a arte, não importa, o que conta é faixa no peito e dinheiro na conta! Fizeram isso com os estádios, tiraram o povo de lá. Os desdentados, mal vestidos que ficavam em pé olhando para seus ídolos com um sorriso de encantamento. O Maracanã tinha sempre 50, 60 mil pessoas na coreia – muitas pessoas nem sabem o que é isso – é onde ficava o povão de pé. As pessoas choravam, riam, vibravam, se abraçavam! O ingresso lá custava o equivalente a R$5 hoje. Agora não: são só cidadãos de bem sentados numa cadeirinha bem comportados que não vibram, não pulam. Apoiam o tempo inteiro tipo cordeiro: vaiar só quando termina o jogo e dizem a pior espécie de palavrões torcendo pelo meio a zero, pelo bico do zagueiro pela linha de fundo.

É só você querer olhar. Tudo tá envolvido, a política, a imprensa inteira, grandes empresários: “Viva Brasil! Viva Brasil!” Compre pirulito, lugar no céu, condomínio no inferno, pousada na Lua – propagandas e mais propagandas para criar uma ilusão e vender tudo quanto é coisa para o povo. Olha a total falta de dignidade dessa seleção! Ninguém fala certas coisas.. Por que o Neymar não bateu o primeiro pênalti? Por que botaram um guri de 18 anos, que estão enchendo a bola, a bater mal daquele jeito? Por que não foi o Neymar pegar a bola e dizer “Não, eu começo batendo!”? O melhor, para botar pressão no adversário. Não! 

Sabe porquê? Porque o cara que bate o primeiro pênalti é esquecido, ninguém vai dar bola. Agora, quem faz o último gol é idolatrado, e o Neymar queria isso! Ele queria que fosse ele! Ele está cagando e andando pelo Brasil. É só pró forma ele falar em pátria. Esse é o nosso líder! Vieram todos os jogadores embora no vôo, e ele sai com a sua trupe em um jatinho. Aliás, na Espanha, para não ser preso ele pagou uma multa e fez um acordo com o governo. Aqui no Brasil ele devia não sei quantos milhões de imposto, não sei o que aconteceu, realmente não sei. 

A nossa seleção é muito melhor do que todas as outras, nossos jogadores muito melhores tecnicamente, sim é verdade! E por que nós, assim como em 2018, caímos fora? Por causa dessa arrogância dos jogadores, treinador e etc. O que fez o treinador quando terminou o jogo? Se escondeu no vestiário. Talvez para chorar, porque não vai conseguir fazer mais propagandas. Imagina se ganha o Hexa, né? Quantas propagandas ele iria fazer? McDonald ‘s, agrotóxicos, ilusões.  Então eles perdem um monte, todos os jogadores estão preocupados com a grana que eles perderam. Que deixaram de ganhar, porque eles têm grana sobrando. Até o Galvão, uma figura que é conhecida no futebol, que está no nosso inconsciente, fazendo propaganda de jogos de azar… disso você não precisava né Galvão?

Eu posso estar muito equivocado, mas eu acho que não. Qualquer pessoa de bom senso vai conseguir ligar o fio com pavio. Estou falando essas coisas porque todas as redes sociais omitem, todo mundo tem medo de falar dessas estrelas e sofrer represálias, mas alguém tem que falar. Boto minha cara a tapa! 

Minha torcida para ser campeã é Marrocos. Aí até a FIFA vai se ferrar, porque a Copa do Mundo é uma cafajestice de negócios. Essa Copa do Qatar rolou a maior corrupção e cafajestice do mundo! Mais de 7 mil trabalhadores foram mortos pela ganância da FIFA  e do Qatar… Psiiiiiiiiiiiuuuuuuu, isso não poderia ser falado! Vamos respeitar! A FIFA ia perder um monte de dinheiro, um monte, com Marrocos campeão. Não por ser um belo futebol, mas para quebrar o esquema da FIFA-grana. Só o Brasil saindo fora eles já perderam muito dinheiro!  

Agora nós estamos de ressaca, tristes, cabisbaixos, nos botecos enchendo a cara com cerveja, pinga. O povo todo chorando e enchendo a cara, e os nossos atletas estão onde? De férias! Sabe aquelas férias ruins, né? No calor, sem ar condicionado, sabe? Eles devem tirar férias em Tramandaí, Capão da Canoa, Quintão.. né? Onde eles estão? 

Eles estão curtindo os lugares mais bonitos do mundo, com seus jatinhos particulares, enquanto a gente chora por eles. Eles querem é dinheiro, porque essa é a cultura que está sendo estimulada por esses caras. Vinícius Jr tem a cara de pau de dizer que ele come um bife de 9 mil e ninguém tem nada a ver com o que ele faz nas folgas. Parece que é uma risada na cara da gente, né? Uma risada. E é isso: eles estavam querendo se promover, e não promover o país. Nós já tivemos exemplos na história do Brasil que os caras davam o sangue para a coisa, não que sempre eram florzinhas. Sempre os jogadores de futebol tem muito interesse no dinheiro, mas parece que agora é só dinheiro. 

Então lamentavelmente o futebol está perdendo para a grana, perdendo feio. E provavelmente também já perverteram os africanos, bastante, que eles também só estão preocupados com seus contratos e grana, mas eles ainda tem um vigor. Eu me lembro muito bem em 1990 de Camarões. Ai, que lindo era ver Roger Milla desdentado fazendo aquelas jogadas maravilhosas! Porque eu amo futebol, e detesto a destruição do futebol que está sendo feita a nível mundial por todos os times, por essa dinheirama maluca e nós cada vez mais só telespectadores. 

Um beijo grande, e meu desabafo talvez seja semelhante ao de milhões de brasileiros. 
Gostaria de terminar sugerindo uma música para todos vocês: https://open.spotify.com/track/64c50E72ac55ZXFlIKJbt7?si=wrTE7SkESu6TbXq-Q9Q09w&utm_source=copy-link.

Por Prem Milan

Emoções reprimidas: o freio da sua vida

 

 

 

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Todos nascemos com um grande potencial a ser desenvolvido como seres humanos. A vida deveria ser uma autopista sem limite de velocidade para ser desbravada e curtida, mas a maioria de nós está se arrastando e muitos estão completamente parados. É como se estivéssemos com um BMW em uma estrada alemã, mas andando a 20 Km/h com o freio de mão puxado. Olho ao meu redor e vejo poucas pessoas se realizando, fazendo coisas que realmente lhes dão prazer. Enquanto isso, a vida passa. Cada vez mais, vejo gente buscando nos remédios, nas drogas, na TV e na Internet rápidos momentos de alívio para depois voltar à sua rotina diária.

Acontece que a maioria das pessoas se afastou tanto dos seus sentimentos que elas nem sabem mais o que elas realmente gostam ou precisam para se realizar. Para fumar um baseado ou assistir uma série, você não precisa sentir muito. Pelo contrário, vai ficar anestesiado. Ao assistir um episódio de um uma série, a pessoa sente um prazer momentâneo; mas, ao final, o sentimento de vazio é tão grande que ela se sente impelida a assistir o próximo capítulo e depois outro e outro. Essa é a lógica do binge-watching e as operadoras de streaming adoram! Agora para viver um grande amor, para cultivar uma amizade profunda, para encarar uma grande aventura, para viver esses momentos que fazem a vida realmente valer a pena, você precisa estar em contato direto com suas emoções. Se estiver amando verdadeiramente e intensamente um(a) parceiro(a), um(a) amigo(a), um trabalho, um projeto, o que quer que seja, então a raiva, a dor, o medo, a alegria, o tesão, serão inevitáveis. Essas são capacidades básicas de cada um de nós, mas são cada vez mais reprimidas. Um indivíduo conectado, satisfeito e realizado não é interessante para a sociedade do consumo. E com todas essas emoções reprimidas é impossível levar uma vida preenchedora.

Quando iniciei o meu processo de autoconhecimento, eu não imaginava quanto choro, raiva, medo, alegria havia reprimido. Isso sem falar na sexualidade, tão pouco explorada até então. Eram tantas emocões reprimidas que eu precisava de um gasto imenso de energia para conter tudo isso. Só quando comecei a fazer terapia, foi que entendi que não funcionava simplesmente jogar tudo pra baixo do tapete. Quando comecei a expressar a dor e a raiva contidas é que fui perceber quanto mal aquilo me fazia. Também fui percebendo como meu corpo se moldou ao longo dos anos pra carregar todo esse lixo. Os ombros caídos pra frente fechando meu peito e impedindo o coração de sentir. O abdômen, centro do poder pessoal, flácido e sem tônus. As pernas tensas de medo. No sexo, às vezes brochava, às vezes gozava rápido demais. Quando conseguia transar, não me sentia conectado com minha parceira.

Aos poucos fui revisitando e compreendendo melhor a minha história. Na infância, para manter o papel de bom moço, filho único bem comportado e aluno nota dez, muitas vezes eu precisei engolir o meu choro e a minha raiva. Chorar e gritar de raiva não era aceitável para aquele personagem que eu fazia. Sem confiar nas minhas emoções, fui me tornando um adulto inseguro, tímido e deprimido. Quando comecei a entrar em contato com essas emoções nas meditações e sessões de bioenergética, fui me tornando mais leve, seguro e extrovertido. Expressar a dor e a raiva reprimidas abriu espaço para histórias de amor muito profundas, amizades verdadeiras, uma guinada na minha vida

profissional e muitas outras aventuras. Na sexualidade, fui soltando a culpa e os preconceitos: a ejaculação precoce diminuiu, enquanto o prazer e a conexão com minha parceira aumentaram muito. Fazer as pazes com as minhas emoções foi como tirar o freio e seguir o fluxo da vida.

Talvez você não fosse o(a) certinho(a). Talvez fosse o(a) revoltado(a), o(a) destrutivo(a) ou o(a) pervertido(a), mas não conseguia entrar em contato com a sua alegria ou criar uma conexão de amor. No fundo, a lógica é a mesma: emoções reprimidas que ficam distorcidas, deformam o corpo e/ou viram doença. Pra mudar o rumo dessa história, é preciso ter coragem de se conhecer e, aos poucos, resgatar o corpo e o coração.

 por Anand Naveen

Plínio Marcos – um guerreiro solitário, um buscador, uma inspiração.

 

Poeta dos esquecidos ou o maldito, como os militares o consideravam, Plinio Marcos se tornou um dos mais renomados escritores brasileiros. Impecavelmente, descreveu a vida nos submundos com assuntos malditos como a homossexualidade, prostituição, marginalidade e violência. De família modesta, nunca gostou de estudar (foi tido como débil mental na infância) e fez de tudo um pouco: começou como funileiro, estivador, tentou ser jogador de futebol, entrou no circo pra poder namorar uma moça de lá, começou a atuar, foi camelô, tarólogo, jormalista e, principalmente, autêntico.

Viveu sem fazer conceções, independente das críticas, sensura ou opinião dos outros, o que faz de Plínio uma criatura no mínimo admirável. Sua primeira peça, foi proibida durante 21 anos após a primeira apresentação. Quando questionou o motivo, a resposta foi: “sua a linguagem crua”. Os críticos o chamavam de pornográfico e subversivo, principalmente por causa do tal palavrão. “Eu, por essa luz que me ilumina, não fazia nenhuma pesquisa de linguagem. Escrevia como se falava entre os carregadores do mercado. Como se falava nas cadeias. Como se falava nos puteiros. Se o pessoal das faculdades de lingüística começou a usar minhas peças nas suas aulas de pesquisas, que bom! Isso era uma contribuição para o melhor entendimento entre as classes sociais.”

Após o ano de 1968, o teatro de Plínio Marcos foi sistematicamente censurado. Era uma pedra no sapato dos militares que governavam o país e várias vezes visitou a prisão. Até mesmo Dois Perdidos Numa Noite Suja e Navalha na Carne, que já haviam sido apresentadas em diversas regiões do Brasil, foram interditadas em todo o território nacional. Na década de 70, Plínio era o próprio símbolo do autor perseguido pela censura, ficando 12 anos sem conseguir emprego. Se ele se resignou? Nunca! Saiu nas ruas a vender livros, nos restaurantes, nas portas de teatro. “Eu nunca fui um escritor profissional, morreria de fome se fosse viver dos meus livros. Teria que acabar fazendo milhares de concessões. Mas, camelô, ahh!, isso eu sou bom. Vendo meus livros, dou autógrafos e prometo morrer logo para valorizar. Eu sou um escritor imortal, não da Academia Brasileira de Letras, mas porque não tenho onde cair morto.”

Após a ditadura e perseguição dos anos 70, Plínio Marcos voltou a investir no teatro. Vendia, ele mesmo, os ingressos na entrada das casas de espetáculo e, no fim da peça, como a de Jesus-Homem, ele subia ao palco e conversava pessoalmente com a plateia, falava o que pensava, quebrava ilusões e não se importava se sua palavra incomodava o conforto e a comodidade dos que preferiam fazer de conta que os submundos não existiam. “Eu em nenhum momento estive à venda, e sempre defendi o direito de ser livre, e sempre fui.”

Em 1985, escreveu no programa da peça Madame Blavatsky, a respeito de seu

interesse por temas místicos: “Sou um homem à procura da religiosidade. Dispensa-

me dos rótulos, por favor, e eu te explico que a religiosidade nada tem a ver com

seitas, igrejas, grupelhos carolas, fanáticos acorrentados a dogmas e superstições. A

religiosidade nada tem de alienação, conformismo ou adaptação a um sistema

político-social-econômico injusto. Aliás, a religiosidade é altamente subversiva. A

religiosidade leva o homem ao autoconhecimento. E o autoconhecimento leva o

homem à subversão. Eu mudei no sentido de que sempre acreditei que o homem

desperto tem o dever de ser mutante. Como espero continuar sempre mudando. Mas,

os valores que dignificam o homem e que eu preservava, esses permanecem.

Continuo, com a graça de Deus, com a coragem de dizer o que penso, sem fazer nenhum esforço para agradar aos poderosos, aos grupos políticos ou religiosos. Tento chocar. Com muito vigor. Não faço isso por política. Faço isso por religiosidade.”

Nunca escreveu sobre ele mesmo, mas sim sobre a realidade que fingimos não ver, a

realidade daqueles muitos que são esquecidos por uma mídia que mostra favela sem

rato e sem sujeira. Plínio não fazia questão nenhuma de fugir da realidade.

Morreu em 1999, aos 64 anos. Até hoje, Plinio continua nas calçadas, nos puteiros,

no catador de papel, no feijão com arroz de todo dia, no barrado sem luz, na cama

onde dormem cinco. Na sua obra, assim como na sua vida, nunca houve ficção ou

mistérios. Cabe a cada um admirar e se inspirar na sua coragem e dignidade de

simplesmente ser quem de é, a qualquer custo.

Por Shuyan

Miséria atrai miséria

Por uma vida mais abundante

                                                                                                               Prem Subali

                                                                                             

Miséria. Pode ser aquela economia de energia, aquela má vontade com o outro. Não se importar. Não ter cuidado. Não querer saber. Escolher pela economia, não pelo que tu podes ganhar. Deixar de te dar alguma coisa que, no fundo, te faria muito bem. Deixar de dar um bem para o outro. Calcular. Racionalizar. Tudo vai se resumindo a pequenos trocados: miséria.

 

A gente nem lembra, mas não nasceu assim. Se tu olhar uma criança brincando com outra, eles compartilham uma energia. Nenhuma criança está interessada em sacanear a outra, em economizar energia pra deixar de estar junto, de ficar contando os brinquedos pra não brincar. Nenhuma criança deixa de abraçar ou de brigar se tiver vontade. Se tu parar pra lembrar, vai sacar que, na tua infância, aquelas amizades tinham muita troca. Toda brincadeira poderia virar uma grande engenhoca, levar tempo, invenções, conflitos. Muita energia, muita doação. Tudo vale à pena.

 

Me lembro que uma vez, ainda criança, decidi fazer merengue assado e inventar formatos diferentes para brincar com a comida. Ansiosa para servir para minha família, não esperei minha mãe. Peguei a forma muito quente e, perto de colocar tudo na mesa, minha mão já estava queimando. Joguei tudo em cima da mesa que tinha uma toalha de plástico e queimou. Meu pai ficou louco, brigando porque eu “não dava valor para as coisas”: eu tinha queimado uma toalha tosca de plástico. Eu não entendia como aquilo podia importar tanto para ele – é claro que eu sabia que tinha feito algo errado e perigoso, mas aquela maldita toalha não podia ser o mais importante. Essa história me marcou muito. Na minha casa da infância, quebrar ou estragar alguma coisa era uma briga imensa. Eu fui me acostumando a ter medo, economizar. E olha que os meus pais tinham grana. Então a questão não era dinheiro: era a economia. O “desperdício”. A miséria.

 

Até hoje, meu pai é uma pessoa que vive mal pra caramba. A casa dele é um desconforto. Ele economiza em coisas toscas, em pequenas marcas, por exemplo, e gasta muita grana com obras inúteis. Tudo que ele conseguiu foi atrair gente mais miserável do que ele, negócios furados, amigos interesseiros, prejuízos que ele sequer contava.

 

Demorei tempo para sacar, mas ali eu já sentia: na miséria, a questão não é de grana. Nesse ritmo, a gente vai se acostumando a deixar de se dar. Vai contando os trocados da vida… não dar, não ter. Se distanciando. Se incomodando menos. Economizando. E vai atraindo situações miseráveis para a vida. Gente que também não vai te dar nada (em troca de nada). Gente que não vai se importar se tu está bem ou não, como, no meio das tuas economias de energia, tu também esqueceu de se importar.

 

Há pouco tempo atrás, vi um vídeo em que uma médica descrevia os arrependimentos que pacientes terminais relatavam logo antes de morrer. Quase todos se arrependiam de sonhos que não buscaram para si e de sentimentos que tinham deixado de demonstrar. Deve ter viralizado. A gente adora repetir “carpe diem” na internet e se emocionar com os arrependimentos dos outros. E, no fundo, ainda se contém tanto só pra dizer “eu te amo”, “tu é importante para mim”. Ou deixa de querer saber como aquele amigo está mais profundamente – e de lidar com isso na vida real. Se aquela pessoa está realmente precisando de alguma coisa. De dizer. De sentir.

 

Um vida miserável deixa o teu entorno igual. Tudo se apequena. A gente se apequena. É um círculo pobre, muito pobre de energia, de troca, de aprendizado. Pobre de vida. Pouca dor, pouco amor.

 

Agora, qual é o sentido disso tudo? Qual é a novidade de que tanta gente morre arrependida das coisas que não viveu, das palavras que não disse, das decisões que não teve coragem de tomar? E a gente vai seguindo, feito boi do mesmo caminho, para os mesmos arrependimentos. Por quê?

 

Lembro a primeira vez que senti como meu corpo tinha mais energia. Quanto mais me expressava emocionalmente, mais viva e clara com as minhas coisas me sentia. Tinha mais vontade de estar com as pessoas, de trocar, de dar afeto – e receber. Foi um momento muito bonito. Trabalhava mais, estava mais com os amigos, transava mais, me sentia mais disposta, me preocupava mais com as coisas. Brincava, criava, tinha ideias, me importava. Era uma sensação de energia que não acaba – e isso foi o mais precioso. Não tinha nada vindo de fora, era de dentro que eu descobria tudo aquilo.

 

Logo depois, vivendo em comunidade, eu fui entendendo como isso poderia ser ainda maior… eu fui conhecendo muita beleza e percebendo como eu tinha isso dentro para dar. Construir amigos, viver os amores, plantar, criar. Confiar nas pessoas. Doar teu tempo, tua energia, compartilhar algo que tu aprendeu porque alguém já te ensinou antes. Trocar uma hora, um lugar, um conhecimento.

 

Compartilhando a vida amigos, já criei muita coisa e já aprendi muito… já recebi muito. De construções incríveis que já fizemos na minha casa e momentos de amor muito forte que vivi nesse mesmo lugar, minha sensação é de tudo era grande e voltava. A beleza, o investimento, o carinho, o esforço, a alegria. Não tem conta de quanto dá pra ganhar, de quanto se perde. Lembra lá das cenas de criança, de que tudo vale à pena? Quando o coração entra na roda, contar trocados é impossível.

 

Ser abundante é confiar na vida. Saber – e sentir essa confiança – de que essas sementes crescem, voltam, que elas têm um gosto. É muito mais que sobreviver enquanto a morte não vem. É ter sede de vida porque se está vivo.

 

No final das contas, qual vai ser o saldo da tua poupança?

PULSAR DO CORAÇÃO

 

Me apaixonei totalmente por CASA DE PAPEL. Me apaixonei total! E não foi pela CASA DE PAPEL, foi por mim mesmo. Voltou a pulsar aquele revolucionário dentro de mim, voltou a pulsar meu coração! Voltou a pulsar a minha alegria de ver aquelas pessoas sensíveis e humanas numa aventura, acima de tudo. A aventura que falta na nossa vida, a aventura que o sistema nos roubou! O sistema nos jogou pra dentro de um shopping, pra dentro de um apartamento, pra dentro de uma sala de cinema, dentro de um restaurante, dentro da internet, dentro da puta que pariu! E aí nos murchamos… Por isso que as crianças são tão fantásticas, porque elas ainda não foram absorvidas, mas logo vão estar absorvidas pela internet, pela Coca-cola…

Sabe, eu sei que você se apaixonou pela CASA DE PAPEL. E essa é a grande notícia:
isso mostra que teu coração ainda palpita. Olha meu, se você não se apaixonou,
então, causa perdida! Vai pra uma igreja! Agora, se tocou teu coração, lembra
que ainda tem um pedaço do teu coração rompendo e querendo aparecer.
O grande mérito da CASA DE PAPEL é esse: trazer o coração de volta.
E você pode aproveitar isso. Porque vale muito a pena. Ali mostra claramente,
você sabe, aqueles policiais, o exército, as autoridades, sabe? Essa mentira
que a gente já conhece!

Lembra o Saddam Hussein? O Saddam Hussein era aquele cara que tinha
um búnquer poderoso. Eu chegava, na minha fantasia, a imaginar que devia
ter uns cinco andares para dentro da terra, mais uns 2 ou 3 km de extensão com
tudo o que é coisa, imaginando coisas fantásticas! O coitado foi achado dentro de
um buraco de esgoto. Vocês lembram daquela foto? E aí então os americanos e os
ingleses passaram essa visão, sabe por quê? Porque queriam roubar o petróleo deles! E eles vêm sempre com a moral, os bons costumes, o anti-terrorismo, a anti-sexualidade, principalmente, sendo que eles mesmos promovem putaria! Eles são os donos das redes pornográficas espalhadas na internet! Sabia? Não sei se o Edir Macedo também não é sócio disso daí! Parece tudo piada!

Nós queremos muito amor! Nós queremos a sexualidade! Nós queremos acampar! Nós queremos namorar sob o céu! Nós queremos muito! Queremos a aventura de volta! Eu quero é jogar futebol! Eu não quero olhar a televisão com aqueles “bonecos” ganhando um milhão e meio e depois dizendo “eu amo essa camiseta!”. Ele ama o UM MILHÃO E MEIO, BROTHER! Porque se alguém dá um milhão e seiscentos ele vai embora! Vamos parar com esse papo pra boi dormir.

Vamos nós jogar futebol! Vamos nós nos divertir, vamos nós ter aventura! Vamos criar! Vamos entregar pros nossos filhos criatividade, emoção, alegria! Vamos pisar em cima dessa merda de celular que tá afetando o cérebro da gente! Essas ondas entram direto no cérebro, por isso cada vez mais o ser humano
tá enlouquecido correndo atrás de um monte de coisas e não acha nada!
Na verdade, cada vez amando menos! O Namastê está aí para oferecer
uma ferramenta excepcional para vocês: Meditações Ativas
e Bioenergética para ajudar a te abrir mais, a trazer esse coração
pra fora, esse coração que ainda pulsa. A tua humanidade, a tua
inocência, a tua alegria! Se tu quer o outro lado, vai pra um shopping,
vai logo pra uma igreja! Agora, esse gostinho saboroso, essa paixão
que tu sentiu… não deixa essa chama apagar! O sistema quer logo
que acabe. Nós do Namastê estamos na rua pra quê? Para botar gás
nessa chama. Pra essa chama crescer! Pra essa chama queimar
todas as impurezas desse planeta. E nós voltarmos a SER HUMANOS!
Prem Milan

Como nossos pais

                                                                           

Por Shamin

“Apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda somos os mesmo e vivemos como nossos pais”.

Essa frase de Belchior diz muito sobre como levamos nossa vida em uma eterna reprodução de padrões familiares. Sempre mais do mesmo. Eu, durante minha adolescência, nunca tive o sonho de casar e ter filhos. Isso me bastava para acreditar que eu não seria uma mulher como minha mãe que vivia para cuidar da casa, dos filhos e trabalhar.

Na minha cabeça eu estava rompendo com a dependência da minha família quando decidi fazer faculdade em outra cidade. Eu escolhi um curso que não havia na minha cidade, nem por perto. Porque queria sair mesmo. Queria me desvincular fisicamente na ilusão de que tudo que eu trazia dentro de mim se desvinculasse também.

Mas essa conta não fecha assim tão fácil. Tudo aquilo que eu mais queria, que era  fugir dos meus pais era justamente o que mais forte dentro de mim gritava. O moralismo, a frieza e o controle do meu pai. A submissão, a carência e a frustração da minha mãe. Minha sexualidade, por exemplo, foi muito marcada pelos valores dos meus pais. Fiz faculdade durante quatro anos, morando numa cidade universitária, numa republica de estudantes. Um prato cheio para qualquer jovem curtir e se experimentar. Mas quase entrei e sai virgem da faculdade. Digo quase, pois, depois de um tempo em terapia percebi que não fazia sentido ser tão cruel com tudo o que eu sentia. Então com 21 anos decidi que ia transar e que estava na hora de deixar de lado os fantasmas que me acompanhavam quando eu sequer pensava em sexo: minha vida toda ouvia meu pai dando exemplos como o da vizinha ficou mal falada porque engravidou do namorado. Minha mãe dizia pra não confiar em homem. Meu pai dizia que sexo era pra depois do casamento, minha mãe dizia que se vivia muito bem sem sexo. Imagina a tensão que eu criei na minha sexualidade!

Bom, transei, tive relacionamentos, e ainda me sinto desconstruindo todos os conceitos que teoricamente eu não queria aplicar na minha vida. Pois quando eu reflito sobre o casamento dos meus pais ou tantos outros que presenciei, obviamente que não quero aquilo pra mim. Mas me vejo reproduzindo a mesma coisa quando transformo um espaço de amor numa instituição segura, num acordo onde tudo vale a pena para continuar num relacionamento. Isso é um casamento ou não é? E não falo só do amor dentro de um namoro, falo também do amor pelos amigos, por uma causa, pela comunidade onde moro. Transformar o amor em acordos seguros é a pior morte ao amor que se pode fazer.

O que tenho percebido nesse processo de viver, me desconstruir e construir de novo é que tenho mesmo é que construir o meu jeito de amar, os meus sonhos de trabalho, de projetos, de preenchimento. E isso não tem nada a ver com os modelos dos meus pais. E quando digo que não tem nada a ver quero dizer que minha vida não precisa ser uma cópia, mas também não precisa ser uma reação a eles. Essa, pra mim, é a pior armadilha do ego. Uma eterna birra com papai e mamãe disfarçada de vida independente. Fazer o contrário, fazer “diferente deles” no fundo é a mesma coisa. São os dois lados da mesma moeda.  A referência continua sendo “eles”. Como posso ser uma pessoa adulta, dona da minha vida se a referência continua sendo fora, e nunca dentro de mim. Como posso ter clareza da vida que quero se minha vida é sempre uma reação ao outro e nunca uma criação do novo?

Acredito que esse é o maior desafio. Traçar o meu caminho depende de uma postura adulta diante da vida. De não ser mais a criança que idealiza e espera, nem a adolescente que desafia e reage.

Os pais do Rosário

pais do rosario

Eu fiquei muito estarrecido e chocado ouvindo a Rádio Gaúcha sobre a manifestação dos pais do Rosário e suas reivindicações. Primeiro, eram três, quatro, cinco pais com uns deputados do PSL e se autodenominando que eles estão defendendo a Escola sem Partido, eles já são um próprio partido. E as reivindicações deles é que a escola não traga nenhum conteúdo além do cristão e o da família. E esse é um partido. Partido cristão, partido da família. Vão criar um bando de jumentos, que não sabem pensar. Vão pensar só por aquela ótica. A ótica cristã, a ótica da família. Só pode dar jumentos. Vão negar quem? Querem negar quem? Daqui uns dias Freud vai ser um criminoso de guerra. Daqui a uns dias… Marx já é, né? Engels, Einstein vão execrar, eles não vão poder nem ouvir o nome do Einstein, porque afinal de contas, ele botava a língua de fora. Einstein era irreverente, não era um cristão. Vão negar a vida, tudo, que absurdo! Eu acho ridículo, sabe? Mas eu tava ouvindo a Gaúcha e ouvi o tal de Paulo Germano falando e adorei o que ele falou. Adorei a coragem dele de chegar e encarar esses pais cristãos. Queria dar pessoalmente os parabéns pra esse cara porque ele teve a coragem de encarar esses malucos cristãos, sabe? Esses talibã cristão, entendeu? E eu vou reproduzir no nosso blog a coluna dele para que vocês vejam. Eu acho isso muito legal e também vai ser tema do Namasteen no Namastê essa coluna e discutir a respeito de ter idéias mais amplas.

Por Prem Milan

Segue abaixo a matéria do colunista Paulo Germano da ZH do dia 5 de agosto

Protesto no Rosário: pais contra doutrinação se comportam como doutrinadores
Justamente por ser contra qualquer lavagem cerebral, me agrada que os professores ofereçam conteúdos diferentes dos que as famílias já transmitem – e tentam impor – às crianças

Dois deputados e uma secretária municipal foram apoiar, na manhã desta segunda-feira (5), o protesto de pais que exigia, em frente ao Rosário, o fim de uma suposta doutrinação ideológica no colégio. Não foi. A culpa pela briga foi da insanidade que eles próprios vêm incentivando – no caso dos três políticos, vão me perdoar, vocês reproduzem o mesmíssimo divisionismo que o PT  praticava. E foi essa beligerância, essa intolerância no convívio entre visões divergentes, que levou aqueles meninos a se esbofetearem em frente ao professor.
Aliás, não havia nada de errado no vídeo que o professor apresentava quando os ânimos se acirraram: era uma entrevista com o sociólogo Sergio Adorno sobre as motivações (veja que irônico) da violência urbana no Brasil. Claro, pode-se discordar de cabo a rabo do que diz Adorno – e é justamente esse senso crítico que se espera de um bom aluno. Mas, definitivamente, não é senso crítico o que os pais querem.
O que eles querem é que o aluno, na escola, só tenha contato com o que a família concorda. Ora, justamente por ser contra qualquer tipo de doutrinação, proselitismo ou lavagem cerebral, a mim agrada que os professores ofereçam conteúdos diferentes dos que os pais já transmitem – e tentam impor – às crianças. Senão, para que serve o colégio?
O aluno ideal, como já escreveu Contardo Calligaris, é o que contesta os pais com o que aprendeu no colégio e contesta o colégio com o que aprendeu com os pais. Se a escola e a família são os grandes instrumentos de formação – e deformação – dos jovens, não pode ser saudável que as duas “concordem” o tempo todo. Pelo contrário: é a divergência entre elas que cria o espaço de conflito necessário para o aluno encontrar sua própria autonomia.
Até porque, no fim das contas, como os jovens poderão discordar de alguma coisa – seja no marxismo, seja na Bíblia – se mal sabem do que se trata? Impedir alguém de entrar em contato com tudo o que me desagrada, como se fosse eu o padroeiro da verdade, o guardião da certeza ou o mensageiro da luz, não é só defender a mediocridade. É, agora sim, praticar doutrinação.

A história da repressão sexual

repressão sexual II

Por Aiman

A História da repressão sexual começa na tua casa! “Ahh… mas e a sociedade, a religião, a cultura?” Não, não se engane. Tudo história da carochinha… Você conheceu as regras da , que não podem chorar, que você tem que cuidar o que fala, que não pode ser vulgar… Ou só o fato de não se falar sobre sexo, não se tocar no assunto, você aprende que tem algo de errado naquilo, e consequentemente com você que sente aquilo.

Quando você cresce, só depois que você entende que tudo isso tem a ver com a cultura, com a religião, e com a história. Antes de tudo, você aprendeu com seus pais, eles com os pais deles, e estes com seus pais e aí vamos parar em Adão e Eva. Só aí que talvez a história passe a ter alguma relevância.
Moisés foi o primeiro a colocar leis repressoras. Muito inteligente, inventou toda a história do Monte Sinai, esperou uns relâmpagos e desceu com resumo da “constituição de Deus”. Seu intuito era organizar aquela sociedade marcada pela divisão entre hebreus e egípcios e uma falta de critério, onde se matava por qualquer coisa as relações eram sem parâmetro algum. Nos mandamentos, começou com Deus, depois foi para os pais, até tabular as leis que regem nossa sociedade até hoje: “não pecar contra castidade” e “ não desejar a mulher do próximo”.
Esse parâmetro foi, aos poucos, determinando o que hoje chamamos de família, que na verdade foi criada única e exclusivamente para proteger e preservar a propriedade privada. Se uma mulher tem relações com vários homens, o homem não pode saber quem é seu herdeiro, não pode saber para quem iria passar seus bens, daí, astuto, Moisés instituiu o adultério como proibição, com o consentimento de nada mais, nada menos que Deus. E isso está presente até hoje.
Com o cristianismo, anos depois, A repressão se tornou oficial. Veja, uns quantos bispos se juntaram e decidiram quem seria e como seria o judeu da Galileia, que se autointitulava “Messias”. Existem registros muito sério de que Jesus de Nazaré realizava rituais pagãos e que a culminância era o encontro sexual. No português claro: eles buscavam Deus através do sexo. Além disso, a pessoa que deveria seguir levando seus ensinamentos para o mundo seria, não os apóstolos, e sim Maria Madalena, uma mulher! Há quem diga ainda que ela (Madalena) era sua esposa.
Como os adeptos de Jesus cresciam no Império Romano, um determinado Constantino I decidiu unir os bispos e determinar que o cristianismo era a religião oficial de Roma e que Jesus era divino e Madalena uma prostituta. Esconderam daí todos os evangelhos e registros que pudessem provar o contrário e chamaram de evangelhos apócrifos. Numa só canetada subjugaram a mulher, tornaram um homem divino retirando o sexo das relações. retirando do sexo o caráter divino e tornando algo sujo e usado unicamente para manter a família.
Como a capacidade sexual de uma mulher é infinitamente maior que a do homem, o homem através do patriarcado tratou de colocar a mulher abaixo. A função da igreja aposólica romana na idade média era caçar toda mulher que fosse livre sexualmente e que não obedecesse, queimando-as, torturando-as, massacrando-as.Na dinâmica da família, a mulher se tornou uma serviçal do lar e reprodutora.
É muito forte isso. A mulher foi tão fortemente reprimida e impedida de sua sexualidade total que hoje é comum pensar que o homem É poligâmico e a mulher monogâmica. O homem pode frequentar o prostíbulo enquanto a mulher fica em casa tomando conta dos filhos. Quando que na verdade é a mulher que tem a capacidade para estar com quantos homens ela quiser. O homem, basta ejacular que vira um peso morto, só serve para roncar. Já a mulher tem a capacidade de ter múltiplos orgasmos e multiplicar o seu prazer, com um ou quantos homens ELA desejar.
Pare e pense um pouco, socialmente o puteiro serve como um estratagema muito horroroso da repressão: ele existe para que os homens não comecem a desejar “a mulher dos outros homens”. Existem mulheres especiais para isso, daí não existe ameaça à família e se mantém a mentira e a ordem da sociedade e para a produção.
Se pensar nos sentido da produção, dentro do capitalismo moderno, podemos acrescentar à família, à essa moralidade podre, a educação disseminada para todos. O que chamamos de educação hoje, nada mais é, do que uma preparação para o mercado de trabalho, a criação de um exército de reserva onde, principalmente pela ação da igreja, também é repassado esses valores distorcidos.
Agora, um problema muito sério é que nos últimos anos do capitalismo aconteceu também movimentos de liberação de tentativa de se libertar dessa repressão. Isso acabou trazendo a tona um aspecto muito triste da repressão: tudo que fica abafado que fica trancado apodrece. Daí essa disseminação da pornografia e da perversão sexual fruto de tantos anos de repressão. Muita gente acabou indo para o outro lado vivendo uma sexualidade bagaceira e superficial, que inclusive hoje tem áres de sofisticação, com massagens tântricas e o escambau. Basta você entrar na internet e ter acesso a isso hoje em dia. É um mercado que movimenta bilhões.
Tudo isso é fruto desse histórico de repressão e violação da naturalidade humana. E quem é o ator principal nessa história é a família. A família é podre porque foi desenhada pela repressão, pela violação da natureza humana, desde sua origem. É o Veículo de perpetuação dos valores distorcidos, é a roda que gira todo essa máquina

Você trabalha para viver ou vive para trabalhar?

homem afrouxando a gravata

Por Bodhi Manindra

 

Vamos lá você passa a maior parte da sua vida, do seu tempo, do seu dia trabalhando. Já parou pra pensar nisso? Às vezes é difícil conectar com isso. O trabalho é extremamente importante. É ele quem nos dá a base da nossa sobrevivência. É uma atividade produtiva, e é saudável desenvolver uma atividade produtiva, manter a cabeça e o corpo em movimento. Produzir, criar, contribuir de alguma forma com nosso conhecimento. Além disso o trabalho garante que tenhamos dinheiro, não só para sobreviver, mas para ter acesso às coisas que gostamos, lazer, viagens, algum conforto. Mas uma coisa é fato, ele consome bastante tempo de vida. Ou assume uma importância demasiada, de forma que nos deixamos absorver tanto, mergulhar tanto no trabalho e deixar de viver. Para a maioria das pessoas o trabalho é a coisa mais importante. Tu podes achar que não, que é o amor, que são teus filhos. Mas olha a realidade, quanto tempo tu passas namorando, transando ou brincando com teus filhos? E quanto tempo tu passas trabalhando? Parece que com o tempo vamos nos conformando com isso. Lembro quando era criança e olhava meus pais trabalhando mais de 12, 13, 14 horas por dia. Aquilo me fazia mal, eles nunca tinham tempo para estar comigo, eles nunca estavam felizes. Eu só pensava que eu nunca queria ter a vida que eles tiveram. Mas, eu cresci e fiquei exatamente igual a eles.  Sou professora da rede municipal de ensino. Quando comecei, há 13 anos atrás minha carga horária era de 40h semanais. Ficava o dia inteiro dentro da escola. Eu moro num sítio lindo, com uma galera muito legal. Saia pra trabalhar antes das 7h da manhã e voltava depois das 22h, contando outras atividades que eu tinha na cidade. Me doía o fato de não poder desfrutar mais tempo ali no sitio, no meio da natureza, de ter mais tempo pra relaxar, pra meditar, estar em contato com a natureza e com as pessoas que moravam comigo. Então eu comecei a me questionar. Poxa eu trabalho pra poder viver, pra poder morar num lugar assim, mas eu nunca tenho tempo pra estar aqui. Para desfrutar. O que adianta? Às vezes trabalhava também aos sábados. Fim de semana estava podre de cansada e não conseguia fazer muita coisa. Sendo professora ainda tinha que preparar aulas e fazer avaliações dos alunos em casa. Percebi que estava ficando frustrada igual os meus pais. Estava no paraíso vivendo um inferno. Como morrer de sede em frente ao mar. Então eu decidi mudar a minha vida, foi um processo, foi um tempo. Aos poucos fui reduzindo a minha carga horária de trabalho e nunca mais levei trabalho pra fazer em casa. Percebi que eu teria uma vida mais simples. Percebi que muitas das coisas que eu consumia eu não precisava. Percebi que o carro do ano com seguro total valiam 10 horas de trabalho. Percebi que o “ócio” traz culpa pois às vezes no meu tempo livre fazendo coisas que me davam prazer sentia como se fosse errado, que o certo seria estar trabalhando naquele horário, que estava perdendo tempo ao não fazer uma atividade produtiva.

Outros dois exemplos de pessoas que conversei recentemente me trouxeram também essa reflexão sobre o trabalho. Uma colega que está se aposentando. Perguntei quais eram os planos dela pra aposentadoria e ela me disse “Agora eu vou viver.” Eu fiquei chocada com aquilo, por que os melhores anos da vida dela ela não viveu. “Agora vou curtir os netos, já que eu não consegui curtir os filhos.” Eu fiquei chocada pensando caralho!!! Que vida louca. Eu lembro quando era criança escutava meus pais dizendo que faziam sacrifício pra me dar as coisas. Eu pensava que a presença deles valia muito , mas muito mais do que qualquer coisa que eles pudessem me dar. Talvez se meu pai ou minha mãe tivessem abrido mão de um turno de trabalho, só um turno pra ficar comigo, pra me levar num passeio, pra brincar. Eu tenho certeza que isso teria feito muita diferença na minha vida! Agora gente tem pais que ficam dando Ipads pros seus filhos de três e quatro anos. Cada filho tem um. O tempo que tu gasta trabalhando pra pagar essas coisas tu já pensou que poderia estar com teu filho? Olha o absurdo que estão fazendo com as crianças! Cada criança tem um ipad, um celular. Gente isso é louco! O tempo que tu se mata pra pagar esse ipad, duvido, se tu perguntar pros teus filhos, eles vão preferir estar contigo, fazendo coisas simples!

Outro exemplo foi um ex cliente do Namaste que retornou. Ele ficou um ano e meio aqui. Fez escola de meditação, fez bioenergética e saiu. Começou a assumir mais responsabilidade no trabalho, foi ficando sem tempo pra ele mesmo. Outro dia ele voltou. Estava com um tumor na face. Muito triste. Ele se deu conta do que fez. Disse que até quando ficava em casa muitas vezes estava no computador trabalhando enquanto as bençãos estavam na frente dele, que eram os filhos dele. E ao invés de desfrutar com os filhos estava enfiado no trabalho. Então esse tumor fez ele parar e voltar pra si. Para o que é realmente importante.

Eu vejo colegas que trabalham até 60 horas por semana. Eu sei, quando eu entrei pra prefeitura eu também tive vontade de trabalhar 60 horas por que eu ia ter mais dinheiro pra comprar mais coisas. Ainda bem que eu não fiz isso. Com certeza eu  teria mais coisas, mas seria muito infeliz.

Talvez lendo esse texto venham na tua cabeça coisas do tipo “Ah, mas quem vai pagar minhas contas? Eu não tenho condições de fazer isso! Então me diz, quem vai pagar a tua vida? Na hora da tua velhice, da tua morte, quando tu olhar pra trás e ver o que foi a tua vida? Quantas vezes tu vais ter brincado com teus filhos? Quantas vezes tu vais ter realmente desfrutado a vida? A doçura da vida, sua beleza? Quantas vezes tu vais ter feito coisas que te deram prazer e alegria? Talvez te doa ter se tornado um adulto tão sério, tão sisudo, tão sem tempo pra nada, cheio de compromissos. O que tu pode fazer com isso? Não sei, cada um tem a capacidade de criar a sua vida. Talvez tu estejas tão enquadrado, tão amarrado nesse sistema podre que tu nem consegue vislumbrar uma possibilidade. Talvez o trabalho te alienou tanto que tu não enxerga nada além das paredes do teu escritório, do teu consultório, da tua sala de aula, do teu departamento. Talvez tu use inconscientemente o trabalho para não se deparar com coisas da tua vida. Bom isso é tema para outro texto.

Tem um filme que eu gosto muito. “La belle verte” em português o turista espacial. São pessoas que vivem num planeta diferente. Ao acordar a primeira coisa é mover o corpo. Eles nadam, fazem acrobacia aérea, exercitam o corpo. Depois eles trabalham nas lavouras, hortas, plantações de onde vem o sustendo deles. Eles comem o que plantam. Os adultos trabalham junto com as crianças, trabalham ao ar livre de uma forma descontraída. Eles tem os corpos fortes e saudáveis. Vivem em meio à natureza, em contato total com ela. É um filme realmente inspirador, tu podes ver! Viver a vida da forma mais simples e mais rica que é possível, em contato com o seu corpo, com os outros seres humanos, com os teus filhos, com a natureza. Não é pra tu seguir aquilo ali, nem pra virar hippie, nada disso. É pra trazer inspiração pra tua vida.

A vida vale muito. E a gente vive como se fosse na eternidade, mas não é. Quando era adolescente a gente usava uma frase que escrevia nos cadernos, nas agendas das amigas. Pode parecer idiota, mas pra mim ainda diz muito. Curta a vida, pois a vida é curta!