… que seu coração abrindo a porta e a janela…
Este é o refrãozinho de uma música da primeira Gincana Namastê, em 2004, feita pelo Nilson Chaves de Belém. Te convido a entrar nessa viagem.
Por Prem Milan
Dia 28 de dezembro de 2014. Meia e noite e meia. Pausei um filme, fui tomar um copo d‘água. Voltei. Fiquei olhando apaixonadamente meu neto Caetano. Impressionante o relaxamento, o seu dormir é mágico. A inocência estabelecida naquele rosto me deixa embasbacado. Olha a delícia que é o ser humano, que criatura! Sinto seu cheiro, toco seu cabelo e acaricio seu rostinho. Cara, eu sinto tanto amor, como nos momentos de maior paixão por uma mulher. E eu achava que isso não era possível. Quer coisa mais bela? Fico chocado em ver como a gente perde o essencial da vida em troca de coisas tão banais. Ainda mais perto disso. Respiro fundo, sou grato a mim mesmo por estar com 59 anos e ter essa percepção, essa sensibilidade. Por sentir o que é essencial. Respiro novamente e penso: “como é bom não ser uma pessoa carente”. Sou grato por ter fuçado tanto na minha vida. De repente ele acorda, me olha e diz:
“Eu sou de uma facção do FODA (Facção Ousadia Do Amor – equipe da Gincana Namastê). Tenho uma reunião no Namastê. Tem um elefante também. E de vez em quando eu sou Danadis (outra equipe)”.
Essas palavras entram no meu ouvido de maneira mais encantadora que qualquer composição de Mozart, Beethoven ou Chopin. Ele continua me olhando e pergunta: “Por que parou o filme”? Sou o único que não está em nenhuma equipe da gincana do Namastê neste ano. Então, vendo as filmagens, estou olhando tudo de fora, assistindo as pessoas pra cima e pra baixo… Te digo que estou absurdamente impressionado com o que está acontecendo, é simplesmente indescritível. Não é por acaso que meu neto, com 2 anos e meio, está tão ligado na gincana.
Gente, é muita energia! Você nem consegue acreditar! Eu fui fazer o almoço nesse domingo. Fiz carne de panela enquanto todo mundo estava ensaiando teatro e música. Fiz comida pra caramba! Não sobrou nada. E só à noite me dei conta que, quando fui fazer uma sopa, tinham 130 pessoas para jantar. Isto num final de semana, num domingo à noite. Aí, numa viagem premiada, eu olhei pra trás e vi tudo o que passou.
Cara, a gincana começou no início de novembro. Quase todas as noites tinha reuniões entre as equipes para definir tema, preparar apresentação e tudo mais… Eu tenho uma namorada que está na equipe. Nestes dias, tem sido muito raro encontrá-la. Cheguei a ficar puto: “Porra, toda hora reunião!” Mas ela sempre vinha com uma energia amorosa, tão bonita, tão expansiva que me “desarmava e minha raiva ia embora rapidamente.
Fora esse pessoal fazendo toda a criação… Que energia movida! Era muito impressionante a dedicação de todos. Se meu pai visse aquilo, diria: “bah, se usassem toda essa energia para trabalhar, renderiam muito!”
Gente, é o desafio que faz as pessoas estarem vivas. Cada um foi se experimentando e se permitindo criar coisas. Criaram apresentações magníficas, lindas, mesmo com a polícia atrapalhando, mesmo com as apresentações prejudicadas pela chuva… Ainda assim, as pessoas estavam felizes, radiantes. E não parou por aí. A energia só aumentou com os temas do teatro, músicas e das paródias magníficas que fizeram. Aliás, as paródias vamos filmar e disponibilizar para você. É o mínimo pois são obras de arte magníficas, uma delas, grande homenagem ao nosso querido Raul Seixas.
]Aí eu vou me acostumando com tanta vida a minha volta.
3h30 da manhã. Minha namorada me acorda aos beijos para fazermos amor. E é óbvio que eu acordo. Pensem… Mesmo ela ensaiando e criando o tempo inteiro, ainda chegava cheia de energia. Eu vivo em uma comunidade, estou acostumado com muita vida na minha volta. Mas confesso que nessa gincana está demais.
Domingo de natal, dia 25, tínhamos dois grupos ensaiando no sítio e outros dois, na cidade. Mais de 20 pessoas ensaiando em pleno domingo de NATAL!! Que amor, que tesão. Quanta vida!
E o fim de semana depois? Gritos de ensaio, confrontos, conflitos, criação de músicas, ensaio de peças… No sábado, o dia inteiro. Domingo, idem… É um porre enorme de energia!
Cara, a vida existe. Aí quando eu vou pra cidade e olho as pessoas cabisbaixas, se movendo rapidamente, sinto um choque tão grande. É chocante a diferença porque pra mim a vida é possível e incrível. Quando o ser humano se arrisca, começa naturalmente a desbloquear sua energia e a criar tanta coisa bonita. Se você andar na comunidade Osho Rachana, vai se sentir num oásis! Você estará, de fato, num oásis! É gente compartilhando, se abraçando, chorando, sorrindo. É muita, muita vida!
Eu sei que você não acredita. Pra ti, provavelmente eu estou aqui fazendo uma propaganda. Não… A gincana já está lotada. Estou, inclusive, olhando para a lista de equipes. A equipe FODA tem 40 adultos inscritos, 5 adolescentes e 10 crianças. A CLÃ, 38 adultos e 7 crianças. O Mundo dos Loucos está com 35 adultos. A Danadis, com 43 adultos e mais quatro crianças. São 156 adultos, 17 crianças, 5 adolescente e mais 10 pessoas a confirmar. Propaganda? Não, obrigado, está lotado.
Este ano não “puxamos” mais as pessoas. Elas vieram porque quiseram. E descobrimos que muita gente legal veio. Mas estou te falando isso pra você voltar a acreditar na vida.
Repito: Volte a acreditar na vida.
Na gincana não tem mais vaga… Mas você pode se alimentar depois dos filmes e do conteúdo que toda essa galera traz. Talvez você ache que acredite na vida. Mas você acredita numa vida tão pequena, tão vazia, tão sem sentido porque talvez não tenha uma referência maior. Aqui nós temos uma referência muito bacana, muito bonita. E simplesmente queremos ser um polo que emana vida, consciência, prazer e meditação. Que todo ser humano tenha direito de amar e de ser amado. Que em 2015, a tua alma tenha forças para vencer o teu EGO e impulsionar teu ser para crescer e amar de verdade.